Funcionários falsificam contracheques e desviam R$ 4 milhões de empresa

Homens criaram trabalhadores fantasmas por dois anos para “engrossar' folha de pagamento

| ANA PAULA CHUVA / CAMPO GRANDE NEWS


Fachada da 2ª Delegacia da Polícia Civil onde o caso foi registrado (Foto: Divulgação | PCMS)

Dois homens foram presos em Campo Grande por desviar mais de R$ 4 milhões de uma empresa de engenharia, falsificando contracheques por quase dois anos. Carlos Moraes Honório e Eduardo Henrique Silva Maciel, que trabalhavam na empresa, foram flagrados ao transferirem valores superiores aos que deveriam receber. A fraude foi descoberta após o advogado da empresa notar irregularidades nos pagamentos, levando à análise dos holerites, que incluíam nomes de ex-funcionários. Ambos confessaram o crime, alegando arrependimento e que usaram o dinheiro para pagar dívidas pessoais. Eles foram autuados em flagrante e devem passar por audiência de custódia.

O advogado que representa a empresa foi quem procurou a 2ª Delegacia de Polícia Civil. Em seu relato, o profissional contou que Carlos Moraes Honório, 58 anos, e Eduardo Henrique Silva Maciel trabalhavam na empresa há muitos anos e, naquela manhã, haviam feito repasses de R$ 22.139,39 em suas contas-salário, quando, na verdade, deveriam ter recebido R$ 4.815,99 e R$ 3.136,67, respectivamente.

Segundo o advogado, já havia suspeita sobre os dois funcionários há algumas semanas, porque a responsável do setor financeiro encontrou nos documentos de pagamentos de salários dos últimos dois meses, holerites em nomes de trabalhadores que haviam sido demitidos, porém, como não tinham certeza, mantiveram os dois trabalhando no setor de recursos humanos.

No entanto, no fim do expediente de segunda-feira (4), Carlos e Eduardo entregaram a um dos sócios todos os holerites referentes a outubro de 2024 e, quando foram analisados, o empresário percebeu que havia nomes de pessoas que não trabalhavam mais na empresa e, na manhã de terça-feira, quando foram autuados, eles não colocaram esses funcionários na listagem de pagamento, porém o valor a mais foi creditado em suas próprias contas.

A equipe foi até a empresa e os homens confessaram o crime. Acompanhados de advogados, eles contaram que recebiam os nomes dos trabalhadores de todos os canteiros de obras da empresa em todo o Mato Grosso do Sul e emitiam os contracheques, e com isso, falsificaram alguns documentos para os pagamentos a mais feitos a eles mesmos. Eles receberam voz de prisão e foram levados para a delegacia.

Em depoimento, Eduardo afirmou que trabalha na empresa desde 2006 e confessou o desviou feito naquela manhã. Ao ser confrontado sobre os holerites falsos do mês de outubro, ele admitiu que fazia os documentos e o valor a mais era depositado em sua conta e na de Carlos. À delegada Bárbara Camargo Alves, ele alegou estar arrependido e que usou o dinheiro para pagar dívidas e resolver questões pessoais.

Carlos ratificou as informações e relatou não ter planejado continuar o crime após ter feito pela primeira vez, apenas continuaram por ter “dado certo'. Ele também usou o dinheiro para pagar dívidas. Os desvios aconteceram por 22 meses e o prejuízo ultrapassa os R$ 4 milhões. Nenhum dos dois têm antecedentes criminais e devem passar por audiência de custódia.



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