Associação de delegados denuncia advogada do Caso Sophia à OAB
Adepol alega ataque à honra de titular da Depca; jurista disse estar sendo vítima de perseguição processual
| GUSTAVO BONOTTO E ANAHI ZURUTUZA / CAMPO GRANDE NEWS

Adepol (Associação dos Delegados de Polícia de Mato Grosso do Sul) denunciou a advogada que atua na acusação dos envolvidos na morte de Sophia Ocampo, de 2 anos, para a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Segundo a entidade, a petição considera 'inaceitável' o posicionamento de Janice Andrade em relação à delegada responsável pelas investigações iniciais, Anne Karine Sanches Trevizan, titular da Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), durante entrevistas à imprensa.
De acordo com os autos obtidos pela reportagem, a presidência da Adepol afirmou que a advogada atacou '[...] a honra e dignidade da Delegada de Polícia, mulher e mãe de família' em reportagem exibida na televisão aberta durante data em que o crime completou um ano.
Ainda segundo o documento, a denúncia foi anexada a um boletim de ocorrência registrado em 30 de janeiro de 2024 pelos crimes de injúria, difamação contra funcionário público e calúnia. 'A advogada proferiu ofensas pessoais direcionadas à comunicante, chamando-a de mentirosa por duas vezes, de incompetente, e que faz ameaça para que pais compareçam à delegacia para desestimulá-los no registro de boletins de ocorrência', diz o ofício.
Nas redes sociais, a associação também emitiu nota de repúdio. 'Discordar dos resultados formais de uma investigação tem sede e foro apropriados aos autos do vindouro processual, e não em uma reportagem televisiva, com acusações estapafúrdias e xingamentos levianos', discorreu o texto.
Janice, por sua vez, pronunciou-se sobre o ocorrido no Instagram. 'A delegada da Depca está me processando porque a chamei de omissa, incompetente e mentirosa. Isso foi feito para me calar, e vocês não vão me calar'.
A jurista e assistente de acusação do caso publicou vídeo onde disse estar sendo vítima de uma perseguição processual. 'Chamo de mentirosa pela falta de verdade em entrevistas. Houve falta com a verdade. Disseram aos jornais que o pai da criança tinha dispensado medidas protetivas, e isso é irrenunciável', explicou.
Ainda na publicação, Janice relatou que uma ação civil para que o Estado responda por omissão está em desenvolvimento. 'Não tenho medo de ninguém, nem mesmo de processo', finalizou.