É justo considerar que a melhor atuação do Flamengo, neste início de 2020, foi contra o Independiente del Valle, no Maracanã, jogo de volta da Recopa Sul-Americana. Pela necessidade de se adaptar a uma circunstância diferente da partida, depois da expulsão de William Arão, o Flamengo recuou e teve 31% de posse de bola. Soube jogar fora de seu estilo.


O time de mais controle das partidas pela bola no pé na Libertadores de 2019, o Flamengo também decidiu atrair o Junior de Barranquilla no início da campanha pelo bi. A vitória por 2 x 1 teve momentos de brilho, como a jogada do primeiro gol, com o giro de Thiago Maia para sair da pressão do ataque do Junior, a jogada de Éverton Ribeiro, o contra-golpe com Michael nas costas de Fuentes para dar origem à jogada do segundo gol, também do capitão.


Mas o Flamengo passou todo o segundo tempo pressionado. Jorge Jesus trocou De Arrascaeta, que jogava como segundo atacante, perto de Gabriel, para colocar Michael, que se comportou em boa parte do tempo como marcador do lateral Fuentes. Não pareceu que o atacante, ex-Goiás, agora adaptado à ponta direita -- em Goiânia jogava pela esquerda -- quisesse voltar tanto para a sua defesa. O Flamengo é que não conseguia sair da pressão para permitir que ele fosse o desafogo.


Nessa altura, o Flamengo posicionava-se num 4-2-3-1, com Thiago Maia e Gérson lado a lado, Michael, Éverton Ribeiro e Vitinho na organização e só Gabriel avançado. No primeiro tempo, o modelo foi 4-1-3-2, com Thiago Maia se enfiando entre os zagueiros para a saída de jogo, a linha de armadores com Éverton Ribeiro, Gérson e Vitinho, De Arrascaeta e Gabriel no ataque.


Qualquer grande time precisa adaptar-se aos jogos em que não é possível impor seu estilo. O Flamengo tem mostrado que sabe. Mas também tem sido pressionado. "Não fizemos nossa melhor atuação, como é óbvio", disse Jorge Jesus em sua entrevista coletiva.
 
E admirado. Incríveis as duas cenas de um menino vestindo a camisa de treino do Flamengo por cima da do Junior e, no final da partida, de outro garoto pedindo e recebendo a camiseta e as chuteiras de Gabriel. A fama e a idolatria pelo Flamengo já se espalharam por todo o continente conquistado em 2019.



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