A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul sofreu mais mudanças em cargos estratégicos nesta segunda-feira (11) e a verdadeira ‘dança das cadeiras’ volta a ser relacionada às investigações da Omertà, que levaram Jamil Name e mais 21 pessoas para a prisão.

 

Além de Name e o filho, Jamil Name Filho, a investigação implicou policiais civis, guardas municipais de Campo Grande, militar do Exército e até um policial federal lotado na Superintendência de Mato Grosso do Sul, todos suspeitos de integrarem uma organização criminosa voltada à prática dos crimes de milícia armada, porte ilegal de armas de fogo de uso restrito, homicídio, corrupção ativa e passiva, entre outros crimes.

 

Nos bastidores da segurança pública de Mato Grosso do Sul, já é dado como certo que a operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) terá nova fase. Desta vez, mirando ligações entre instituições oficiais sul-mato-grossenses e a suposta milícia armada suspeita de crimes de pistolagem em MS.

 

Oficialmente, o delegado-geral da Polícia Civil, delegado Marcelo Vargas, já afirmou que as exonerações e designações pós-Omertà não teriam ligação alguma com a operação. A reportagem voltou a questionar a DGPC (Diretoria Geral de Polícia Civil) sobre os rumores e aguarda retorno.

 

No Diário Oficial desta segunda, no entanto, o ato oficial de Marcelo Vargas que mais chamou a atenção nos bastidores da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul) foi a exoneração do delegado Pedro Espíndola de Camargo, que ocupava a Diretor do Departamento de Polícia Especializada de MS.

 

Espíndola foi removido ex-oficio e assume a Assessoria de Gestão de Processo e Planejamento da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul.

 

Também foi publicado o retorno do delegado Carlos Delano ao cargo de titular da DEH (Delegacia Especializada de Homicídios). Ele havia sido removido para a Corregedoria da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul em abril deste ano, deixando a especializada de homicídios.

 

Delano foi removido da delegacia de homicídios quando estava à frente de execuções ocorridas na Capital, como do Ilson Figueiredo, Orlando Bomba e Matheus Coutinho, além do caso do boliviano Alfredo Rangel Weber, morto no dia 23 de fevereiro deste ano, pelo delegado Fernando Araújo de Corumbá.

 

Para o cargo, na época foi designado o delegado Márcio Shiro Obara, que já tinha sido titular da especializada e foi removido para a 3º Delegacia de Polícia Civil de Campo Grande. Seis meses depois, em 1º de outubro, Obara foi removido por Marcelo Vargas, com prejuízo das funções, para a Delegacia Regional de Ponta Porã.

 

A remoção de Obara aconteceu após a deflagração da Operação Omertà, no dia 27 de setembro.

 

Nos relatórios da investigação, depoimento revelava suposta propina de R$ 100 mil a um delegado depois do assassinato de Ilson Figueiredo. A assessoria da Polícia Civil se manifestou com nota e classificou como ‘inverídica’ a denúncia de propina.

 

De acordo com as publicações no Diário Oficial desta segunda (11), Obara agora deve ir para a 2º Delegacia de Polícia Civil, sendo que o então titular da unidade, Sérgio Luiz Duarte, será removido para a Corregedoria da PCMS.



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