Família da vítima nega violência psicológica: "era o cara mais calado do mundo"

| MIRIAN MACHADO E GEISY GARNES / CAMPO GRANDE NEWS


Bruno durante julgamento nesta sexta-feira (24) (Foto: Marcos Maluff)

A família de Emerson Salles Silva, de 33 anos, morto a tiros em agosto do ano passado em uma lanchonete, na Avenida Mato Grosso, pede pena máxima para assassino, Bruno Cézar de Carvalho de Oliveira, de 25 anos. O autor está sendo julgado nesta sexta-feira (24) na 2ª Vara do Tribunal do Júri. 'Deverá pegar pena máxima. Tranquilidade para a sociedade', diz irmão da vítima, Helison Salles.

Segundo a defesa, Bruno agiu por legítima defesa após sofrer por vários dias violência moral, psicológica e física por parte de Emerson.

À reportagem, Helison contestou a informação de que o irmão ameaçava o colega há dias, antes de ser assassinado. 'Isso é falso. Emerson era o cara mais calado do mundo. Não incomodava ninguém, não chamava atenção de ninguém', relatou.

Presente no tribunal estava outro irmão da vítima, Anderson Salles, que afirmou que acompanhar o julgamento tem sido muito difícil, pois tem acesso a muitas coisas, detalhes que a família não sabia. 'É muito difícil ouvir tudo. Sei que agora a defesa vai tentar denegrir a imagem do meu irmão, como um monstro que deveria morrer. Para o Júri pode parecer normal, mas é horrível ouvir', lamenta.

Anderson é o único da família da vítima a estar presente no Júri e mesmo assim contou que pretende não presenciar o momento da defesa falar e voltar apenas na hora da sentença, nesta tarde.

'Eu penso na sociedade, nas pessoas que poderão vir a sofrer com as ações dele [Bruno] solto. Espero que a Justiça seja feita, não só pelo meu irmão', afirma Helison.

Na frente do Júri, Bruno disse que ameaças da vítima à ele começaram dias antes do crime, após sua motocicleta estragar e faltar dois dias de trabalho. Emerson então teria sido acionado pelo patrão para cobrir a jornada de Bruno.

Chorando, Bruno afirmou que não queria ter matado Emerson. 'Eu não quis fazer isso'. Contou ainda que tinha a arma para proteção pessoal, já que fazia entrega no período da noite e em bairros afastados. 'Só andava com a arma depois da meia-noite', disse.



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