Hipotireoidismo: 25% dos pacientes brasileiros não tratam, diz estudo

Pesquisa também revela que, entre essas pessoas, 71% levam, em média, quatro meses para retornar ao médico

| REVISTA SAúDE


Apesar dos riscos que envolvem a ausência de tratamento para o hipotireoidismo — quadro caracterizado por uma deficiência na produção de hormônios da tireoide —, um levantamento encomendado pela farmacêutica Sanofi mostra que falta informação sobre a seriedade da doença.

 

Divulgados na Semana Internacional da Tireoide, os dados apontam que ¼ da população brasileira com a doença não a trata ou o faz de forma inadequada. A pesquisa “Hipotireoidismo em foco” também revela que 34% dos diagnosticados que não realizam nenhuma terapia desconhecem as consequências do problema.

Para piorar, um monte de gente tem hipotireoidismo e não faz ideia disso. Para sermos mais precisos, 4,7 milhões de brasileiros acima dos 35 anos estão nessa situação. Desse pessoal, 80% pertencem às classes C, D e E.

Afinal, não se pode encarar o hipotireoidismo como algo inofensivo e com poucos impactos na saúde. A falta de controle ou o tratamento inadequado oferecem riscos, sim. Entre os principais estão problemas cardíacos, obesidade, colesterol alto, diabetes e infertilidade.

 

O que é o hipotireoidismo

Para entender melhor essas consequências, é preciso conhecer a função da tireoide, uma glândula localizada na região do pescoço. De acordo com Sgarbi, ela libera hormônios que atuam basicamente em todas as células do organismo — eles são chamados de T3 e T4.

“Costumo comparar a tireoide com o maestro de uma orquestra. Há os músicos com seus instrumentos, mas eles precisam do maestro para dar o ritmo. Assim funciona a tireoide: você tem todos os órgãos, mas é ela que coordena suas funções para que trabalhem em harmonia”, ilustra o especialista.

Sgarbi acrescenta que a glândula é importante em todas as fases da vida. Por isso a redução da produção de T3 e T4, cuja principal causa é uma inflamação autoimune, faz tanta diferença no organismo.

Na infância, os sintomas mais marcantes da doença são déficit de atenção e baixo crescimento. Já na fase adulta e na velhice percebemos cansaço, depressão, ganho de peso inexplicável, ressecamento de pele e cabelo, unhasquebradiças e dores nas articulações.

Nas mulheres também é comum surgirem alterações na menstruação. Aliás, elas são os maiores alvos da chateação. “Em geral, o hipotireoidismo é sete vezes mais frequente nelas do que nos homens, especialmente na pós-menopausa”, aponta Sgarbi.

 



Comentários

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE