A Polícia Federal e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) apontam que madeireiras de Mato Grosso do Sul e do Paraná estavam utilizando documentos de origem florestal (DOFs) falsos para esquentar madeira ilegal vinda da Amazônia e do Paraguai.
O golpe foi alvo da investigação Ghostwood, madeira fantasma em inglês, realizada nesta quinta-feira (29), nos dois estados.
“Existiam dados virtuais no Ibama, mas no pátio físico da madeireira não existia”, explica o delegado regional executivo da Polícia Federal em Mato Grosso do Sul, Alex Sandro Biegas, que completa dizendo que com esse crédito fictício as empresas “esquentavam” madeira de origem ilegal.
Segundo o delegado, oito pessoas e 12 empresas são suspeitas de participação no esquema. Ele comenta que o volume que teria sido movimentado pelas madeireiras ainda estão sendo apurado, mas que somente em uma delas foram identificadas 76 movimentações, totalizando 1.350 metros cúbicos.
De acordo com o superintendente do Ibama em Mato Grosso do Sul, Luiz Carlos Marchetti, durante a operação foram descobertos várias inconsistências entre os dados que o Ibama tinha registrado e a situação real das empresas, como, por exemplo, uma madeireira que fez uma grande aquisição e em um mesmo dia, o produto foi transportado e chegou ao seu destino.
“Teve uma empresa com um estoque x de madeira no sistema, mas chegando no local, não tinha madeireira, tinha um sobrado, nem era uma madeireira de verdade. Era fantasma mesmo”.
Segundo a PF, foram cumpridos nesta quinta-feira 10 mandados de busca e apreensão, 12 de suspensão de atividade econômica e 12 mandados de interdição e lacração de estabelecimentos em Campo Grande, Ponta Porã, Dourados, Sete Quedas e Umuarama (PR).
Também foram apreendidos documentos e mídias e ainda lavrados três autos de infração pelo Ibama.