MPE quer polícia investigando 'falha' em vacinação e prefeitura aponta erro isolado

| DOURADOSNEWS / ANDRé BENTO


Suposta irregularidade em vacinação foi filmada por familiar da idosa vacinada em Três Lagoas - Crédito: Reprodução

O MPE-MS (Ministério Público Estadual) requisitou que a polícia investigue suposta irregularidade na aplicação de vacina contra o novo coronavírus em Três Lagoas. A suspeita surgiu com veiculação de vídeo feito por familiar de uma idosa, mas a prefeitura do município esclareceu tratar-se apenas de um erro isolado. 

Em nota, o promotor Luciano Anechini Lara Leite, da 9º Promotoria de Justiça daquela comarca, afirmou que “a ocorrência ainda pode sinalizar lacuna no procedimento, dando margem a que inescrupulosos se aproveitem da situação e da limitação de insumos para o próprio benefício financeiro, em detrimento da segurança e da saúde da população”.

Ele requisitou abertura de inquérito policial “para apurar potencial tentativa de homicídio com dolo eventual, qualificado pelo perigo comum, e agravado porquanto praticado em período de pandemia declarada”.

Ao avaliar que “o servidor municipal, aproveitando-se de sua condição, deixou de aplicar regularmente o imunizante em pessoa da faixa de risco e de atendimento prioritário”, o membro do MPE assinala risco de que a paciente “possa contrair doença iminentemente fatal, além de expor terceiros a perigo de contaminação, ao que consta para favorecer terceiros, furando a ordem de preferência no atendimento do Plano Nacional de Imunização”. 

Erro isolado 

No entanto, a Prefeitura de Três Lagoas divulgou nota de esclarecimento na qual a Secretaria Municipal de Saúde reconhece “que de fato houve um erro isolado no processo de aplicação de uma dose da Vacina contra o Coronavírus na Unidade de Saúde do Bairro Vila Nova, no último sábado (27)”. “Porém, no mesmo dia a família foi orientada sobre o ocorrido e a idosa já recebeu uma nova dose do imunizante”, assegura.

Segundo as autoridades municipais, no vídeo feito pelo familiar da idosa “é possível notar que, antes mesmo da aplicação da dose no braço da paciente, há um líquido na tampa de proteção da agulha da seringa e, também nota-se que, quando a profissional retira a proteção, gotas caem logo na sequência”.

“Desse modo, é possível constatar que houve um erro no manuseio da seringa que fez com que o líquido saísse antes da hora. A SMS ressalta, mais uma vez, que isso é um caso extremamente isolado e todos os profissionais da linha de frente de imunização serão conscientizados sobre o ocorrido para que o mesmo erro não seja cometido. Além disso, a técnica de enfermagem será afastada do cargo até que o caso seja devidamente investigado e concluído”, pontuou.  



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