Homem é agredido em unidade de saúde por não usar máscara e alega ser alérgico
Segundo a vítima, uma pessoa ligada à gerente da UBSF Azaleia foi quem o agrediu após discussão
| ANA OSHIRO / CAMPO GRANDE NEWS
Oswaldo Ferreira Benites Junior, radialista de 39 anos, foi agredido com um soco no olho direito em frente à UBSF (Unidade Básica de Saúde da Família) Azaléia, na tarde desta quinta-feira (4). O motivo do soco, de acordo com a vítima, seria a falta do uso de máscara e a discussão que teve com a gerente da unidade de saúde por esse mesmo motivo.
Em depoimento gravado por Oswaldo, dentro da delegacia, ele conta que foi agredido por uma pessoa desconhecida, mas suspeita que o agressor tenha ligação com a funcionária pública do posto. 'Eu tenho a comprovação médica de que não posso usar máscara, eu tenho problema com rinite alérgica e tenho sintomas que agravam com o uso da máscara. Tenho atestado médico confirmando esse problema de saúde', diz o radialista.
De acordo com ele, o decreto de uso obrigatório de máscara permite que em alguns casos as pessoas não sejam obrigadas a usar o acessório, e ele se encaixaria em um desses casos. Segundo ele, a gerente do posto foi grossa e mal educada, alegando que acionaria a GCM (Guarda Civil Metropolitana) e que ligaria para um advogado. Logo em seguida chegou um homem, em um carro preto, ele teria empurrado e dado o soco no olho de Oswaldo.
'Ele fez diversas ameaças, falando que ia me bater, que ia me matar, que ia me dar uma surra', conta a vítima, que ainda relata que sua esposa tentou intervir e o homem também a agrediu e empurrou. Oswaldo registrou boletim de ocorrência e informou que vai cobrar uma posição da secretaria de saúde. Segundo o registro feito na delegacia, a gerente da unidade de saúde também não usava máscara no momento que cobrava o uso do acessório de proteção.
A reportagem entrou em contato com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), que informou estar ciente e acompanhando este caso. Em nota, a secretaria informa que 'o paciente, ao ser questionado por uma servidora passou a agredir verbalmente a equipe, sob argumento de que ele não precisava fazer o uso do ítem de proteção, contrariando o decreto municipal que determina a obrigatoriedade do uso de máscaras em estabelecimentos públicos do município.'
Conforme a nota, uma pessoa que estava na unidade teria se incomodado com a situação e se dirigiu em direção do rapaz o questionando sobre a sua atitude, momento em que ele teria se alterado mais uma vez tendo o mesmo revidado com um soco para o afastar.
Ainda segundo a nota, a GCM (Guarda Civil Metropolitana) chegou a ser acionada, mas Oswaldo já havia se retirado da unidade. 'Cabe esclarecer que as unidades de saúde são locais que recebem centenas de pacientes com as mais variadas patologias e, diante de uma pandemia de uma doença respiratória e altamente transmissível, é necessário cumprir todas as regras estipuladas, do contrário pode ocorrer riscos à saúde coletiva', finaliza a nota da Sesau.