Família suspeita que professor encontrado morto em hotel tinha covid
A vítima foi encontrada morta em um dos quartos do Hotel Internacional, no Bairro Amambaí, na tarde de segunda-feira
| VIVIANE OLIVEIRA E CLAYTON NEVES / CAMPO GRANDE NEWS
A família do professor aposentado João Videnis dos Santos, 56 anos, encontrado morto na tarde da última segunda-feira (4), em um dos quartos do Hotel Internacional, no Bairro Amambaí, acredita que ele tenha morrido de covid-19. Segundo relatos dos parentes à polícia, João se recusou a fazer o teste, mas apresentava todos os sintomas da doença.
O professor morreu dois dias depois de dizer que havia sido envenenado pela namorada. Segundo a delegada Priscilla Anuda, da 1ª Delegacia de Polícia Civil, a família contou que a vítima sofria de transtorno mental e tinha mania de perseguição. Quando tinha crise dizia para todo mundo que havia sido envenenado por alguém. As hipóteses de envenenamento e suicídio já foram descartadas pela polícia.
Ainda conforme a delegada, há fortes indícios de que a vítima tenha falecido de covid, mas apenas o laudo necroscópico vai confirmar a causa da morte. O resultado deve sair daqui 30 dias. “Ele não quis fazer o teste e recusou qualquer tratamento, mas tinha todos os sintomas. A mãe dele já tinha acionado o Corpo de Bombeiros, Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e assistência social, mas ele recusou o atendimento e foi para esse hotel já bem ruim. João, aposentado por invalidez, morava com a família em razão dos transtornos mentais.
Segundo depoimento de um dos funcionários do hotel, João, que pelo menos uma vez por mês desde 2013 se hospedava no local, apresentava dificuldades na fala. A vítima foi velada e sepultada ontem à tarde no Cemitério Nacional Parque.
Mensagens de apoio à família foram postadas no Facebook de uma prima de João. “Trabalhei com ele na Escola Municipal Isauro Bento, em Anhanduí, pessoa de coração enorme, sempre pronto para ajudar todos que precisassem, de uma inteligência incrível, está nos braços do nosso Pai', escreveu um das conhecidas da vítima. 'Que Deus te luz nessa nova vida espiritual', disse outra internauta.
A reportagem entrou em contato com hotel para falar sobre o assunto, mas não conseguiu falar com o responsável, que havia acabado de sair para o almoço.
Caso - Conforme boletim de ocorrência, por volta das 14h de segunda-feira (4), uma camareira do hotel decidiu abrir o quarto com a chave mestra porque João não atendia a porta. Ao entrar no local, a funcionária encontrou a vítima caída ao chão, já sem vida. À polícia, a camareira contou que o hóspede costumava ficar no hotel desde 2013 porque não se dava bem com a mãe. Mesmo solteiro, João sempre comentava com os funcionários que se relacionava com duas mulheres.
Na tarde do sábado (2), dois dias antes de morrer, a vítima chegou ao hotel dizendo que havia sido envenenada por uma das mulheres com quem ficava. Segundo ele, a namorada teria colocado veneno na água e nas bananas.