'Endocrinologia': médico divulga especialização que não tem e confunde pacientes em MS

Telefonemas mostram que profissional é tratado como especialista; médico não quis se pronunciar

| TOP MíDIA NEWS/THIAGO DE SOUZA


Foto: Repórter Top

Carimbo do médico Ricardo Carpejani com a inscrição "endocrinologia" tem levado confusão a pacientes e atendentes de clínicas e hospitais em Aquidauana e Anastácio. Por algumas pessoas, ele é tratado como endocrinologista, mas não consta especialidade para ele nessa área, diz o Conselho Regional de Medicina. 

Conforme leitores, o médico atuava até pouco tempo em um hospital de Anastácio. Ele também possui consultório em Aquidauana. Quando pacientes procuram um endocrinologista no local onde ele atua, logo o nome do profissional é indicado. 

Há inclusive gravações de telefonemas e prints de conversas no aplicativo WhatsApp que mostram que o profissional é indicado quando um endocrinologista é procurado. Uma fonte enviou ao TopMídiaNews uma gravação que mostra que o profissional atua como clínico-geral em Anastácio e endócrino em Aquidauana. No hospital de Anastácio,  o profissional atuava como clínico-geral/internista, porém cobrava a mais justamente por atuar em área especializada.   

Médico é apresentado como especialista. (Foto: Repórter Top)

Nas redes sociais, diversas pacientes lamentavam a saída do médico da unidade em Anastácio e quase todas se referiam a ele como endocrinologista. 

Consultado, o Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul, em Campo Grande, informou que um médico pode atuar em qualquer área, mas não pode divulgar que é especialista. 

Rodrigo Alcântara, assessor-jurídico da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia - Regional MS, explicou que o caso configura uma infração ético-profissional de acordo com o artigo 114 do Código de Ética Médica, já que o profissional médico não pode estar vinculado a uma área sem ter especialização. 

''Se ele não é especialista, não pode divulgar nem ''endocrinologia'' nem ''endocrinologista'', alertou o assessor. 

Conforme Alcântara detalhou, para ser considerado especialista o profissional tem de fazer residência médica na área em questão. Outra maneira é atuar com endocrinologia por um certo período em um hospital e depois fazer uma prova de título. Porém, precisa registrar esse título no conselho regional de medicina.

Questionado, CRM respondeu que médico não é especialista. (Foto: Repórter Top)

No site do CRM, consta apenas o nome do profissional, sem acompanhamento de termo de especialização. 

Por várias vezes entramos em contato com Ricardo, pelo telefone e WhatsApp, mas ele se dizia ocupado. 



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