Quarto título consolida Águia como maior do interior e 'dono da década'
Equipe levantou seu primeiro troféu no profissional apenas em 2001 e, desde então, vem acumulando sucessos
| NYELDER RODRIGUES / CAMPO GRANDE NEWS
Um clube que por anos oscilou entre o profissionalismo e o amadorismo até a virada do século e milênio. Os anos 2000 trouxeram boas novas para a população da pequena cativante Rio Brilhante: nascia ali um time forte, que representaria a cidade perante as principais equipes do futebol sul-mato-grossense.
Hoje, 23 de dezembro de 2020, quarta-feira, esse clube conquistou seu quarto título estadual e se consolidou como o maior campeão do interior de Mato Grosso do Sul - ultrapassando os três do douradense Ubiratan. Além disso, o rubro-negro se torna o maior campeão da década no Estado, ficando com a coroa de 'dono do futebol'.
'Arrebentei o músculo da coxa, voltei no Brasileiro ainda com dor, tomava injeções para poder jogar. E esse resultado é tudo resposta do que a gente fez. Só tenho a agradecer por tudo o que conquistamos', comentou à Rádio Kativa FM, ao fim do jogo, emocionado, o goleiro Táfini, escolhido o melhor em campo.
O primeiro título do Águia Negra veio ainda em 2001, quando o time disputou e venceu a Série B do Estadual. Seis anos depois, o primeiro título da divisão principal: comandado por Elói Kruger, o rubro-negro bateu na final o então poderoso Cene.
Já nessa década, a consolidação da grandeza local do clube de um pequeno município, mas com torcida atuante. A segunda taça da Série A veio pelas mãos do treinador Claudio Roberto em 2012, em cima do Naviraiense.
Em 2014, mais uma final, novamente contra o Cene. Dessa vez, o adversário levou a melhor e saiu campeão - coincidentemente, o treinador cenista era Claudio Roberto, e o rubro-negro era Chiquinho Lima, auxiliar em 2012.
Bicampeonato - Os anos se passaram e veio 2019. Com Rodrigo Cascca no comando, o time de Rio Brilhante foi melhor na fase de grupos e pode decidir em casa o campeonato. Perdeu por 1 a 0, mas como havia vencido o jogo de ida em Aquidauana, por 1 a 0, saiu com o título pelo critério de desempate. Missão cumprida.
Já em 2020 a missão era seguir no topo. Foi difícil, já que a pandemia atrapalhou muita coisa. Cascca acabou entrando em desacordo com a direção e saiu. Na Série D do Brasileiro, ele acabou retornando, mas não garantiu a classificação.
Novamente veio o Estadual e, logo de cara, não pôde jogar as quartas de final, já que seu rival, o Maracaju, desistiu. Passou direto para a semi, batendo a Serc em casa por 3 a 0 - após derrota por 1 a 0 em Chapadão do Sul.
Na final, repeteco de 2019: mais uma vez o Azulão da Princesa pela frente. Contudo, agora o jogo final seria em Aquidauana. No primeiro confronto, um enfadonho 0 a 0 em Rio Brilhante. Já nesta noite, um grande jogo, do tamanho que o Águia Negra alcançou.
Vitória por 1 a 0 fora de casa. Quarto título estadual em 14 anos. Terceiro título na década em quatro finais disputadas. O maior do interior de Mato Grosso do Sul agora se chama Águia Negra. O maior da década em todo o Estado, também.
'Ninguém sabe tudo o que passamos. Eu mesmo peguei covid-19 duas vezes, tive lesão, e o trabalho para passar por tudo foi duro. Então agora, campeão de novo, só agradeço a todos que trabalharam conosco. É fantástico isso, por tudo que o Águia Negra corresponde', frisa Kareca, atacante símbolo do Águia Negra, também à Kativa FM.